Telescópio Webb revela detalhes impressionantes da nebulosa da Aranha Vermelha

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O Telescópio Espacial James Webb produziu uma nova imagem notável da Nebulosa da Aranha Vermelha (NGC 6537), mostrando detalhes intrincados anteriormente ocultos. Esta grande nebulosa planetária, localizada a aproximadamente 12.420 anos-luz de distância, na constelação de Sagitário, oferece um vislumbre dos últimos estágios da vida de uma estrela e dos processos dramáticos que moldam estes objetos celestes.

O que é a Nebulosa da Aranha Vermelha?

A Nebulosa da Aranha Vermelha é uma nebulosa planetária, um fenômeno de vida relativamente curta que ocorre quando uma estrela semelhante ao nosso Sol se aproxima do fim de sua existência. Aqui está o que acontece :

  • Fase Gigante Vermelha: A estrela se expande e esfria, tornando-se uma gigante vermelha.
  • Remoção de camadas externas: A estrela libera suavemente suas camadas externas para o espaço.
  • Estrela Central Exposta: Um núcleo muito quente, chamado de anã branca, é deixado para trás e começa a aquecer o gás ejetado.
  • Ionização e brilho: A radiação ultravioleta da estrela central ioniza o gás ejetado, fazendo com que ele brilhe intensamente.

Esta fase final é passageira, durando apenas algumas dezenas de milhares de anos – um mero piscar de olhos em escalas de tempo cósmicas.

Uma nova perspectiva com Webb

Embora telescópios anteriores, como o Telescópio Espacial Hubble, tenham capturado imagens da Nebulosa da Aranha Vermelha, a Câmera Near-InfraRed (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb forneceu uma visão sem precedentes, revelando detalhes críticos.

O Hubble normalmente representa a estrela central como tênue e azul, mas a capacidade de Webb de observar no infravermelho próximo expôs uma mortalha de poeira quente que circunda a estrela. Essa poeira provavelmente forma uma estrutura semelhante a um disco.

Desvendando a forma da nebulosa

O formato característico de ampulheta da Nebulosa da Aranha Vermelha – uma cintura estreita com fluxos largos – é uma característica observada em outras nebulosas planetárias, como a Nebulosa da Borboleta. Os astrónomos especulam que uma estrela companheira poderá estar a desempenhar um papel na escultura desta forma única.

Uma companheira estelar poderia explicar a forma da nebulosa, incluindo a sua cintura estreita característica e saídas largas.

Principais recursos revelados por Webb

As novas observações de Webb destacaram várias características fascinantes:

  • “Pernas” da Aranha: Toda a extensão dos lóbulos externos da nebulosa, que se assemelham às “pernas” de uma aranha, agora são visíveis. Estes lóbulos, traçados pela luz emitida pelas moléculas de H2, são estruturas fechadas, semelhantes a bolhas, que se estendem por cerca de três anos-luz.
  • Formação de bolhas: O fluxo de gás da estrela central inflou essas bolhas massivas ao longo de milhares de anos.
  • Jatos Ativos: As observações de Webb também mostram gás jorrando ativamente do centro da nebulosa.
  • Recurso Ferro Ionizado: Um formato de “S” roxo alongado é visível, marcando onde um jato rápido de átomos de ferro ionizado colidiu com material previamente ejetado, esculpindo a estrutura ondulada da nebulosa.

Estas novas observações fornecem informações valiosas sobre a complexa interação da evolução estelar, da dinâmica dos gases e da criação de alguns dos objetos mais belos e transitórios do universo. A exploração contínua de nebulosas como a Nebulosa da Aranha Vermelha com o Telescópio Espacial James Webb promete refinar ainda mais a nossa compreensão do cosmos e do ciclo de vida das estrelas.