Foi desenvolvida uma nova “capa Doppler” que pode tornar objetos em movimento invisíveis aos sistemas de radar, fazendo-os parecer estacionários. Esta tecnologia manipula sinais de radar para explorar a forma como estes sistemas processam informações, oferecendo uma nova solução furtiva que pode complementar ou mesmo substituir materiais tradicionais de absorção de radar.
Como funciona a capa Doppler
O dispositivo funciona enganando o radar, fazendo-o acreditar que um alvo não está se movendo, fazendo com que ele seja filtrado como desordem estática. A maioria dos radares ignora objetos estacionários, e essa camuflagem aproveita essa fraqueza. Isso difere do stealth convencional, que se concentra na redução da quantidade de energia do radar que um objeto reflete de volta.
Em vez de reduzir a reflexão, a capa Doppler cancela a mudança de frequência causada pelo movimento. Os radares detectam movimento através deste “deslocamento Doppler” – uma mudança na frequência do sinal refletido. Ao alterar a fase das ondas que chegam, a capa faz com que um objeto em movimento imite uma desordem estacionária, como árvores ou edifícios.
Tecnologia Metasuperfície
O núcleo da capa Doppler é uma metasuperfície : um material ultrafino projetado com estruturas minúsculas que controlam as ondas eletromagnéticas. Essas superfícies podem dobrar, absorver ou deslocar ondas de uma forma que os materiais naturais não conseguem. O protótipo da equipe usa um disco metálico circular com diodos varactores que ajustam a capacitância em tempo real para mudar a frequência das ondas de radar recebidas.
Esta é a primeira demonstração de um manto funcionando com radar modulado em frequência, o padrão em sistemas modernos, ao contrário de pesquisas anteriores que usam sinais de ondas contínuas mais simples. Os testes mostram que o protótipo suprime informações Doppler em uma largura de banda de 50 megahertz a aproximadamente 350 megahertz, ao mesmo tempo que reduz a seção transversal do radar para uma camada furtiva extra.
Desafios e Desenvolvimentos Futuros
Embora promissora, a camuflagem Doppler enfrenta obstáculos. As metasuperfícies precisam estar em conformidade com superfícies curvas, exigindo integração com sensores que detectam sinais de radar em tempo real. A tecnologia está próxima do uso prático, mas precisa de mais desenvolvimento para se tornar conforme e integrar capacidades de detecção.
O professor Shah Nawaz Burokur estima que a tecnologia poderá estar pronta em cinco anos, sendo o desafio mais significativo a integração de sensores. A pesquisa sugere que esta abordagem poderia servir como um complemento aos métodos furtivos existentes ou como uma alternativa econômica para plataformas onde a redução tradicional não é viável.
Além da furtividade
A camuflagem Doppler tem aplicações potenciais além do uso militar. Os projetos de metasuperfície poderiam melhorar as telecomunicações, manipulando as frequências dos sinais para uma transferência de dados mais eficiente. Os princípios também poderiam ser adaptados para sistemas de frequência mais elevada, abrindo oportunidades em outros campos.
A demonstração bem-sucedida de uma capa que oculta o movimento das formas de onda de radar do mundo real marca um marco na pesquisa de tecnologia furtiva, oferecendo soluções complementares e econômicas para diversas plataformas.
