A Blue Origin, empresa aeroespacial fundada por Jeff Bezos, da Amazon, foi forçada a adiar o segundo lançamento de seu poderoso foguete New Glenn devido ao clima desfavorável em Cabo Canaveral, Flórida. Este revés ocorre em meio a uma rivalidade feroz com a SpaceX de Elon Musk e à crescente pressão do governo dos EUA para acelerar a exploração lunar.
Originalmente agendado para domingo, o lançamento foi prejudicado pela chuva e por problemas técnicos no solo. À medida que a janela de lançamento de 88 minutos se aproximava do fim, a espessa cobertura de nuvens cúmulos selou o acordo, não deixando à Blue Origin outra escolha a não ser adiar a missão. A empresa agora tem como meta uma nova tentativa de lançamento entre 14h50. e 16h17. Horário Padrão do Leste na quarta-feira, em coordenação com a Federal Aviation Administration (FAA).
Os grandes riscos deste lançamento vão além de meros ajustes de cronograma. Transportando a espaçonave gêmea Escapade da NASA, New Glenn embarcará em uma missão crucial a Marte. O objetivo é analisar a história climática do planeta – um passo para, em última análise, compreender o seu potencial para habitação humana.
Booster Recovery: um teste importante
O lançamento também representa um teste fundamental da capacidade da Blue Origin de recuperar o propulsor do primeiro estágio do foguete, uma manobra essencial para reduzir o custo dos voos espaciais. A SpaceX atualmente detém esta distinção como a única empresa a alcançar com sucesso uma recuperação de reforço consistente.
Durante o voo inaugural de New Glenn em janeiro, enquanto a sua carga atingiu a órbita com sucesso e realizou testes planeados, o impulsionador do primeiro estágio não conseguiu aterrar precisamente numa plataforma designada no Oceano Atlântico durante a sua descida. Este reforço perdido destaca os obstáculos técnicos que a Blue Origin ainda enfrenta nesta área.
Uma rivalidade acalorada
A intensa competição entre a SpaceX de Musk e a Blue Origin de Bezos intensificou-se recentemente, estimulada pela decisão da NASA de abrir licitações para a sua próxima missão lunar. A agência espacial citou preocupações sobre o atraso da SpaceX, provocando um impulso competitivo de ambas as empresas.
Esta rivalidade desenrola-se num contexto de pressão acrescida da administração Trump para um progresso acelerado nas missões lunares, destinadas a manter a liderança americana na exploração espacial, ao mesmo tempo que rivaliza com os planos ambiciosos da própria China. Mason Peck, professor de aeronáutica na Universidade Cornell e antigo tecnólogo-chefe da NASA, vê esta competição cada vez mais positiva: “Mais lançamentos significam mais ideias no espaço”, observa ele. “Não pode ser ruim ter a Blue Origin, mesmo ficando para trás.”
A recuperação bem sucedida da primeira fase de New Glenn representaria um marco significativo para a Blue Origin, fortalecendo a sua posição no crescente mercado espacial comercial e impulsionando mais inovação na corrida rumo à exploração lunar e muito mais.
